"Nós vamos bater com ele (Lula) a redação e, ao fim da reunião de segunda-feira, nós estaremos prontos para divulgar", afirmou Haddad, após voltar do Palácio do Planalto. "Se faremos na segunda ou na terça é uma decisão que a Comunicação vai tomar, mas os atos já estão 'minutados'. Nós vamos fechar pela manhã, a partir das 10h, o presidente liberou a agenda para encerrar o debate sobre a redação, e aí estaremos prontos para o anúncio."
A demora do governo para finalizar o pacote de medidas de contenção de gastos, visto como fundamental para restabelecer a confiança dos agentes financeiros no arcabouço fiscal, pesou ontem contra o real no mercado de câmbio. O dólar, que já vinha pressionado pelo aumento das tensões no conflito entre Ucrânia e Rússia, fechou com alta de 0,77%, cotado a R$ 5,81. "O mercado está esperando há muito tempo pelo pacote para conter a deterioração das contas públicas. Se agradar, podemos ver o dólar voltando a R$ 5,40", afirmou Rodrigo Miotto, gerente de câmbio da Nippur Finance.
Haddad foi questionado se o impacto das medidas fiscais seria de algo em torno de R$ 70 bilhões em dois anos, como interlocutores do Congresso chegaram a mencionar, mas evitou cravar qualquer número. Disse apenas que algumas medidas já foram antecipadas a parlamentares e lideranças no Congresso, e que o pacote é suficiente para "reforçar o arcabouço fiscal".
Militares
A Fazenda estima uma economia em torno de R$ 2 bilhões por ano com as quatro medidas acertadas com a Defesa para endurecer as regras da previdência dos militares. A informação foi antecipada pelo Estadão e confirmada ontem no final do dia por Haddad.
O estabelecimento da idade mínima de 55 anos para que os militares possam ir para a reserva, embora ainda seja uma idade considerada baixa, é visto como um marco, porque vai significar que todo aumento no Regime Geral do INSS também implique discussões para os militares. Hoje, não existe idade mínima para aposentadorias dos militares, apenas a necessidade de se cumprir 35 anos de serviço nas Forças.
As outras medidas são o fim da "transferência de pensão" para beneficiários de 2.ª e 3.ª ordens (os pais e irmãos dependentes do militar), além da contribuição de 3,5% da remuneração dos militares para compor o Fundo de Saúde, até janeiro de 2026.
Na avaliação do governo, a inclusão dos militares também deve ajudar nas conversas com o Congresso em torno de medidas para as emendas parlamentares.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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