O dólar exibiu queda firme no mercado local nesta quarta-feira, 5, em meio a forte apetite ao risco no exterior. Além da redução dos temores de uma correção mais forte das bolsas americanas, que assustou na terça os investidores, divisas emergentes se beneficiaram da menor tensão comercial após a China anunciar suspensão de tarifas aos Estados Unidos, incluindo taxas adicionais sobre produtos agrícolas.
Operadores relatam eventual entrada de recursos externos para ações e renda fixa domésticas. O Ibovespa renovou novo recorde, ultrapassando pela primeira vez na história a marca dos 153 mil pontos. O real exibiu um dos melhores desempenhos entre divisas emergentes, ao lado do peso colombiano e do rand sul-africano. É dado como certo que, além de anunciar na noite desta quarta a manutenção da taxa Selic em 15%, o Comitê de Política Monetária (Copom) traga um comunicado que desautorize apostas em cortes de juros ainda neste ano - o que mantém a atratividade do carry trade.
Com máxima de R$ 5,4060 e mínima de R$ 5,3540, o dólar à vista encerrou o dia em queda de 0,69% cotado a R$ 5,3614. Depois de ganhos de 1,08% em setembro, a moeda recua 0,35% nos três primeiros pregões de outubro, com duas sessões de baixa e uma de alta. No ano, as perdas são de 13,25%, o que faz o real liderar os ganhos entre divisas latino-americanas no período.
O economista-chefe da corretora Monte Bravo, Luciano Costa, afirma que o mercado operou em modo "risk-on" nesta quarta, com o anúncio da diminuição das tarifas chinesas aos EUA e recuperação das bolsas em Nova York, que ontem sofreram diante de alertas de possível correção mais forte dos preços das ações de bit techs.
"Ontem, o dólar fechou perto de R$ 5,40 e hoje está caindo como reflexo dessa melhora da percepção de risco. Temos também a bolsa na máxima histórica e um apetite por prefixados na renda fixa", afirma Costa, acrescentando que, do lado interno, a grande expectativa é pelo tom do comunicado do Copom.
Para o economista, o comitê precisa fazer alguns ajustes na comunicação, reconhecendo que houve melhora da inflação corrente e das expectativas, além do surgimento de mais sinais de enfraquecimento da atividade. A grande dúvida é se o BC vai repetir no comunicado que a manutenção da taxa de juros no nível atual "por período bastante prolongado" é suficiente para levar à inflação à meta. Uma hipótese é a supressão do advérbio bastante para qualificar a expressão período prolongado.
"O cenário para a inflação está mais construtivo. Se o BC já estiver começando a discutir o corte, deveria optar pela retirada do advérbio bastante", afirma Costa, que projeta início de um ciclo de redução da Selic em janeiro de 2026, com um corte de 0,50 ponto porcentual.
À tarde, o BC divulgou dados do fluxo cambial em outubro. Na última semana do mês passado (de 27 a 31) de outubro, o fluxo foi positivo em US$ 5,785 bilhões, com entradas líquidas de US$ 3,711 bilhões pelo canal financeiro e de US$ 2,074 bilhões via comércio exterior. Em outubro, o fluxo total foi positivo em US$ 4,784 bilhões.
O economista e sócio-fundador da Eytse Estratégia, Sérgio Goldenstein, observa que o real se apreciou cerca de 0,20% na semana passada, com os ingressos no mercado à vista se contrapondo "ao aumento da posição comprada dos investidores não residentes em derivativos cambiais na B3".
No ano, até o mês passado, o fluxo cambial está negativo em US$ 12,558 bilhões. Houve no período entrada US$ 41,715 bilhões pelo comércio exterior, ao passo que o segmento financeiro apresentou saídas de US$ 54,274 bilhões.
Goldenstein lembra que, de janeiro a outubro do ano passado, o fluxo cambial total era positivo em US$ 9,6 bilhões, com entrada de US$ 65,8 bilhões pelo lado comercial e saída de US$ 56,2 bilhões pelo segmento financeiro.
"Percebe-se, portanto, uma deterioração do saldo em razão da piora do segmento comercial. Enquanto o fluxo de exportações caiu de US$ 256,6 bilhões para US$ 240,4 bilhões, o de importações subiu de US$ 190,8 bilhões para US$ 198,7 bilhões", afirma o sócio-fundador da Eytse Estratégia.
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